Universidade Federal do Ceará
Centro Acadêmico Prof. Luiz Antônio Maciel

Viemos por meio desta carta reivindicar a paridade de votos dentro da Universidade Federal do Ceará. Não é novidade que es estudantes são tratados como seres incapazes de pensar, escolher e agir com maturidade e responsabilidade, incapazes de tomar decisões de níveis estratégicos, ignorando o fato de que fizemos e iremos continuar fazendo parte de muitas das lutas que compõem a história do Brasil, pois nós fazemos e somos a mudança com a nossa força.
A falta de paridade é uma demonstração do medo que alguns têm dessa força, pois na luta pela democracia o outro lado sempre busca pela injustiça e permanência no poder. O Centro de Ciências Agrárias (CCA) conhece e passa por essa situação, onde além da falta de paridade existe um grupo que está a frente da direção do CCA a 12 anos seguidos. Es estudantes, apesar de representarem somente 15% do peso na votação, já notaram o quão anti-democratico esse tempo de permanência é, apesar de ser desmotivante votar sabendo que a nossa voz não será escutada mesmo que todos os 2.885 estudantes aptos a votar tivessem escolhido o mesmo candidato. Infelizmente, talvez por comodismo ou medo de retaliação, não temos o apoio expressivo de docentes e servidores técnicos-administrativos nessa mudança de ares tão necessária para um ambiente mais plural.
Aos docentes, mas em especial aos servidores técnicos-administrativos – que também sofrem com a falta de paridade, assim como nós – declaramos que não trata-se de uma luta por ego, mas sim de uma luta pelo que é melhor para o CCA, pois nenhum vício é saudável. Todos vocês já foram estudantes algum dia, mas não iremos levantar esse ponto, pois acima de qualquer coisa é necessário que estejam os direitos e deveres de todos dentro da UFC. A Constituição Federal de 1988 diz que a educação deve seguir como um dos princípios o pluralismo de ideias. Olhem ao redor e respondam a pergunta “todos se sentem verdadeiramente confortáveis em expor suas ideias frente a essa gestão de 12 anos do CCA?”, podem responder silenciosamente, pois ninguém pode entrar na cabeça de vocês para ler seus pensamentos. Se no ambiente de trabalho você se sente acuado saiba que no particular pode ser verdadeiro consigo mesmo, por mais que tenhamos sido ensinados ao contrário e dar esse passo seja amedrontador. Iremos lutar para que a repressão não seja mais um vício do NOSSO Centro de Ciências Agrárias e para além dele a Universidade Federal do Ceará como um todo. Você não está sozinho, esse é o nosso lugar sim.
Diferente do que nos foi dito, justiça não é diferente de igualdade, na verdade perante a justiça todos somos iguais, além disso, para além da igualdade buscamos a equidade. Não seremos ludibriados com elogios vagos feitos na tentativa de que esqueçamos a situação que encontra-se o nosso CCA, eles que esquecem que estamos todos os dias convivendo com essas situações, sejam estruturais ou administrativas. Nós quanto Centro Acadêmico buscamos abraçar os problemas e resolvê-los, infelizmente não temos o poder de resolver muitos deles, mas sempre estaremos na luta indo atrás de sanar as necessidades dos estudantes, é o que estamos fazendo agora. A questão da paridade e falta de democracia dentro do Centro de Ciências Agrárias nos afeta diretamente.
Você, que é estudante, acha justo que os professores tenham 70% de peso na votação para diretoria do CCA? Você está contente com a estrutura do CCA? Você concorda que um mesmo grupo de pessoas esteja a 12 anos à frente do CCA?
Temos a resposta para a última pergunta, visto que de 874 votos des estudantes, 565 votaram na chapa que NÃO ficou em primeiro lugar, apesar da mesma ter totalizado 625 votos frente a 455 votos na chapa considerada a mais votada graças a proporção 70:15:15 (docentes, técnicos-administrativos e discentes).
Por isso, convidamos a todes que se juntem nessa luta pela paridade de votos, demonstrem as suas insatisfações, comuniquem a todos o que está acontecendo, questionem. Passamos por uma situação parecida recentemente em relação à reitoria e não nos calamos, e novamente não iremos nos calar, por isso, perguntamos também diretamente ao Professor Custodio Luís Silva de Almeida: você irá fazer diferente?
Aos estudantes, servidores técnicos-administrativos e professores perguntamos: você irá somar nessa luta pela paridade?